II Encontro de Equipes Multidisciplinares do TJPA debate desafios da conjuntura Amazônica

Servidoras e servidores de Psicologia, Pedagogia e Serviço Social discutem valorização profissional e acesso à justiça com apoio do SINDJU e entidades nacionais

O II Encontro Estadual das Equipes Multidisciplinares do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) foi realizado na última sexta-feira, 26, no auditório do anexo da sede do TJ, na Almirante Barroso, em Belém. O evento reuniu servidoras e servidores das equipes de Psicologia, Pedagogia e Serviço Social, além de inúmeros parceiros e parceiras, para debater os desafios diários, discutir alternativas de ação e promover o crescimento conjunto. Importante destacar que a ação é organizado pelas próprias servidoras e servidores dessas especialidades, e que já ocorre pelo segundo ano consecutivo, tornando-se parte do calendário anual da organização deste segmento da categoria

A atividade foi organizada em conjunto com a Escola Judicial e contou com o apoio institucional do SINDJU e da AASPSI (Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos da Área Sociojurídica do Brasil) e a participação de representantes do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-PA), Conselho Regional de Psicologia (CRP-10), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Universidade Federal do Pará (UFPA).

As discussões foram estruturadas em mesas temáticas, abrangendo desde a conjuntura institucional até a particularidade amazônica. A conferência de abertura tratou do trabalho das equipes no judiciário estadual frente à conjuntura atual, incluindo a análise dos dados do relatório “Diagnóstico da atuação das equipes multidisciplinares nas unidades judiciárias”, produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2025. 

As mesas de debate contaram com importantes participações. O Assistente Social e conselheiro do CRESS, Bruno Lima, ressaltou que a iniciativa é fundamental para o fortalecimento e troca de conhecimento entre a categoria, parabenizando o protagonismo dos servidores na organização. Ele destacou a importância de debater a profissão, seus desafios e buscar soluções nas equipes multidisciplinares: “A gente parabeniza, pois é o segundo ano que estamos aqui trazendo essas proposições, falando da nossa profissão, dos nossos desafios e também trazendo as possíveis soluções para a superação dos desafios que também se encontram não somente no ambiente de trabalho dos assistentes sociais, mas nas equipes multidisciplinares como um todo.”

A Assistente Social do TJSP e Presidente da AASPSI, Maíla Rezende, também esteve presente e enfatizou a relevância da atividade para a reflexão sobre o trabalho dos assistentes sociais, psicólogos e pedagogos, que enfrentam muitos desafios. Em sua fala, ela afirmou: “É um momento muito importante para se debater as reflexões acerca do trabalho dos assistentes sociais, dos psicólogos e dos pedagogos que se passa por vários desafios na atual conjuntura.”

A importância do trabalho das equipes em todos os tribunais estaduais foi reforçada pela socióloga do CNJ, Daniele Queiroz. Ela explicou que o encontro serve para discutir o papel dos profissionais que atuam em pautas cruciais, como infância e juventude, e violência doméstica. “Nós estamos aqui para discutir o papel dos profissionais que trabalham nas equipes multidisciplinares, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, enfim, pessoas que estão atendendo pessoas nas varas de infância e juventude, violência doméstica familiar, família, idosos e tantas outras pautas importantes.”

A participação das convidadas foi fundamental, abordando cruciais para os debates. A Professora Elí Pinheiro (professora e assistente social com Doutorado em Antropologia), a Professora Cristina Oshai (professora da UFPA e Doutora em Antropologia) e a Analista de Pedagogia Riane Freitas (Doutora em Pedagogia) integraram a Mesa 3, focada em debater as desigualdades estruturais da sociedade brasileira, incluindo violações de classe e as desigualdades de gênero e raça. Na mesa 4, a Dra. Maria Regina Fay de Azambuja (Procuradora de Justiça/RS e Doutora em Serviço Social), a Professora Flávia Lemos (Psicologia/UFPA) e a Professora Carla Sales (Serviço Social/UFPA) analisaram o papel do sistema de Justiça nos casos de violência sexual praticada contra a criança, debatendo as percepções de profissionais do Direito, Psicologia e Serviço Social.

A assistente social do TJPA, Vinólia Costa, destacou a necessidade de participação dos profissionais nos processos decisórios: “Nada de nós sem nós. Nós queremos participar de todos os processos de discussão sobre a garantia de direitos de crianças e adolescentes e suas famílias, na Amazônia”. Além disso, a programação também incluiu debates sobre desigualdades estruturais, os protocolos de raça e gênero do CNJ, e o papel do sistema de Justiça nos casos de violência sexual contra a criança, dando visibilidade à importância das carreiras dentro do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

A programação foi aberta com um momento cultural, que contou com a performance do servidor Adrielson Souza Almeida, Analista de Pedagogia/TJPA, que subiu ao palco para uma apresentação de voz e violão. Mais tarde, no começo da tarde, foi a vez do Coral do Tribunal de Justiça, que se apresentou trazendo leveza ao momento.

O apoio do SINDJU ao evento reforça o papel da entidade na capacitação e valorização dos servidores de carreira, garantindo que temas cruciais como a conjuntura institucional, as condições de trabalho e os desafios da região amazônica permaneçam no centro do debate sindical e profissional da categoria. Juntos somos gigantes.

Veja Também