Atividade do Coletivo de Mulheres Eneidas debateu conhecimento, coragem e autoproteção, com roda de conversa e aula de defesa pessoal
A comarca de Castanhal sediou, na última sexta-feira (29), o evento “Conhecimento, coragem e autoproteção para enfrentar a violência”, organizado pelo Coletivo de Mulheres Eneidas do SINDJU. A programação, em alusão ao Agosto Lilás, mês de enfrentamento à violência contra a mulher, contou com participação de mais de 20 mulheres, de forma presencial e on-line, sendo aberta a toda a categoria. A iniciativa integra as ações do Agosto Lilás, mês nacional de conscientização que marca o aniversário da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), sancionada em 7 de agosto de 2006. A legislação é reconhecida como um marco por criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar.

A roda de conversa foi composta por Kamila Nascimento, representando a Procuradoria da Mulher da Alepa; Lilian Sales, da Associação de Mulheres Zoé; Maria Nágela Lima, vice-presidente da Comissão da Mulher da ABRACRIM-PA; e Paula Palheta, da Marcha Mundial de Mulheres. A mediação ficou a cargo da presidenta do SINDJU, Danyelle Martins, acompanhada das diretoras Alessandra Rodrigues e Walderez Matos.

Com forte participação das mulheres presentes, os relatos abordaram temas como violência de gênero, assédio e a opressão da estrutura patriarcal, que sobrecarrega as mulheres com todo tipo de cuidados. Foi destacada a solidão enfrentada por mães atípicas e a importância dos dados do Atlas da Violência, que apontam números crescentes de violência de gênero. A discussão enfatizou a necessidade de união e organização política em coletivos para o enfrentamento dessas situações.

Ao final da roda de conversa, as participantes resumiram o evento em palavras como “conhecimento”, “fortalecimento”, “motivação”, “união” e “acolhimento”. A diretora Walderez Matos reforçou: “Que a gente possa reverberar isso nos nossos ambientes, nas nossas famílias, nos grupos de amigas. Que esse encontro seja apenas o começo”.

Na sequência, foi realizada uma breve aula de defesa pessoal ministrada pela professora de artes marciais Jessica Cunha, que ensinou técnicas simples e eficientes para que as mulheres possam reagir a ataques físicos. “É muito importante que as mulheres aprendam a se defender, pois dessa forma ela pode andar com mais segurança na rua. Hoje eu vou ensinar coisas bem simples, que qualquer mulher pode aprender. Mesmo não tendo tanta força quanto um homem, a técnica pode superar a força, como se diz nas artes marciais”, explicou a instrutora. Ela ainda recomendou a prática de artes marciais como jiu-jitsu e muay thai para proteção contra ataques na rua ou no ambiente doméstico.

“Em nome do SINDJU, quero registrar a importância deste momento de formação e resistência. O evento de hoje reforça o nosso compromisso permanente com a luta das mulheres da categoria, oferecendo ferramentas concretas de enfrentamento à violência, seja pelo conhecimento, pelo acolhimento coletivo ou pela autodefesa. O que vivemos aqui é um reflexo da força que temos quando nos unimos. Que este seja apenas o primeiro de muitos outros encontros, pois seguiremos firmes na construção de um Judiciário e de uma sociedade livres de opressão. Esta luta é de todas nós, e pelo nosso direito de existir e de trabalhar com dignidade e segurança, não vamos recuar”, finalizou Danyelle Martins, Presidente do SINDJU.
O evento reforça o compromisso do sindicato com a pauta das mulheres trabalhadoras do Poder Judiciário, oferecendo espaços de debate, formação e fortalecimento coletivo. O sindicato segue na luta por melhores condições de trabalho e no combate a todas as formas de opressão. Juntas somos gigantes.